segunda-feira, 21 de março de 2011

Janela

Ela olhava pela janela, mas não via a cidade passar. A janela do ônibus era como se fosse uma janela para suas lembranças. Nos ouvidos a música que fazia com que se lembrasse dele, como tantas outras faziam.
Ela quase podia sentir suas mãos em seu rosto, ver seu sorriso, ouvir sua voz, sentir seus dedos quentes, seus olhos castanhos, seus braços e seus beijos a envolvendo.
A fumaça no ar.
Podia lembrar de uma conversa ou criar outras que nunca aconteceram.
Andar pela cidade quente, ouvir a chuva cair, deitar na cama pequena, sentir sua respiração, seu coração.
Podia quase tocá-lo.

Uma freada brusca – ela despertou.

Só mais uma alma saudosa na cidade.

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